Liderança

Há muito tempo o assunto liderança é tema de livros, palestras, cursos e tudo mais que nossa imaginação puder criar. Justamente por se tratar de um tema tão batido, o real significado do termo liderança se perdeu em meio a uma miscelânea de idéias e pensadores.

E você deve estar pensando que esse é mais um artigo falando as mesmas baboseiras de sempre sobre a capacidade de influenciar outras pessoas. Não é essa minha intenção. Até porque, a maioria dos artigos publicados esta dirigida ao mundo corporativo e, nós sabemos bem que ele está longe de entender o real significado disso. A maioria dos postulantes a um cargo de gerência ou chefia aprendeu desde cedo que liderança é igual a poder e coerção é igual à motivação. No português bem claro: “manda quem pode e obedece quem tem juízo”. É duro olhar para essa realidade, mas é fato consumado.

O pensamento predominante na mente desses supostos líderes remete ao um passado longínquo, quase milenar, onde a força física era usada como veículo de autoridade. Era uma relação escravo/dono. Embora tenhamos conquistado muitos benefícios ao longo dos anos, como direito a férias, descanso semanal remunerado (você ganha para descansar o domingo), vale transporte, a mentalidade gerencial não acompanhou tal progresso.

Por isso vemos muitos chefes lidando com seus funcionários como se fossem “burros de carga”, nada contra tais animais que alias, fazem um excelente trabalho, porém respondem apenas com sua força física. Não pensam, não dialogam, não propõem.

Em um mundo cada vez mais tecnológico, onde robôs e softwares estão substituindo nossa mão de obra física, o que vai predominar será nossa capacidade cognitiva, nosso intelecto. Profissionais mais participativos, que não se contentam apenas em receber ordens, porém querem participar da construção do pensamento, exigirão uma nova postura daqueles que estão e que estarão na liderança de muitas empresas. Tudo bem que todas essas características são reflexo da geração y, pessoas que nasceram na década de 80, porém elas não são excludentes.

Conflitos que já eram comuns nas empresas se acirrarão, o descontentamento chegará a escalas inimagináveis, a rotatividade será um fardo a se carregar. Calma, não é uma previsão apocalíptica, mas é um caminho sem volta. Ou melhor, com volta. Se você pretende assumir um cargo de liderança, esqueça os velhos modelos e se prepare para o novo. Você esta pronto?

Se não, então minha recomendação é esta: estude, leia, converse com as pessoas, saiba o que realmente elas pensam, se envolva. Lembre-se: liderança demanda esforço. Finalizo este artigo com uma frase de John Ruskin "Os homens realmente grandes possuem o curioso sentimento de que a grandeza não está neles, mas passa por eles. Por isso são humildes".

Paulo Henrique da Silva Alves: Formado em Administração pela Universidade Estadual de Londrina e professor na área de Desenvolvimento Pessoal.

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